ADRIÁTICO,
Mar
Mesmo ali ao lado, a poucos
quilómetros dos locais onde decorriam os jogos do torneio, estava o belo Mar Adriático, o verde e o azul a chamarem por nós.
Uma tentação demasiado forte para os elementos do PORTUS87 que encontraram nas suas águas belas e quentes um bálsamo para
recuperar entre cada jogo. Era ver-nos arrancar no Portusmobile após cada partida e só parar dentro de água. Até porque para
nós conciliar futebol e férias é sempre um objectivo destas deslocações. Por isso, nunca paramos e dormimos pouco. E o resultado
final foi um grande divertimento e algum...cansaço.
BETTUCI,
Andrea
O principal organizador do
torneio, a quem devemos o convite para esta viagem a Itália. Sempre tranquilo, calmo e sem stress, como se toda aquela organização,
a presença de 28 equipas (das quais 14 estrangeiras), a preparação de refeições, a gestão das dormidas, fosse uma brincadeira
de crianças. Claro que ter um staff enorme (embora nem sempre muito esperto) ajuda,
mas para isso é fundamental capacidade de liderança, que se vê também pelo saber delegar. Especialmente apreciada foi a equipa
de tradutoras – tudo muito profissional... Enfim, até a organização e os seus protagonistas foram um espectáculo dentro
do espectáculo.
CAIXA,
A
Um grande momento nesta deslocação:
decorria o nosso último (6º) jogo da fase de apuramento, sábado à noite, as bancadas cheias de público, a equipa italiana
nossa adversária a precisar da vitória para se apurar (sendo que mesmo nós ainda não estávamos completamente seguros, dado
folgarmos apenas na última jornada, a 7ª), um jogo muito quente e agressivo da parte deles, e de repente surge a acusação
terrível dirigida ao Zé Manel após mais uma ríspida disputa de bola: “tu...CAIXA!”, acompanhada do respectivo
gesto de descrição de um...armário! O Zé foi lesto na resposta, como tinha sido na entrada: “CAIXA NÃO!”. E lá
se ficaram a olhar com cara de poucos amigos. Este foi aliás o único jogo em que tivemos problemas talvez pelos adversários
estarem decididos a darem-nos um curso de italiano rápido, assente numa estratégia de ensino dizem que inovadora: palavrões
e insultos. Os elementos do PORTUS87 elegeram como expressão favorita “porca Madona!”, desde que gritado mil vezes
por um micas deitado no chão após encontro imediato com o Zé Manel. Falta dizer que ganhamos o jogo e que o público da casa
torceu por nós, gritando “Portugallo” (benditas rivalidades locais...), atingindo o rubro quando o Victor decidiu
marcar um livre directo em chapéu, alcançando um golo improvável que levou o “estádio” (e a nós) à loucura. Isto
no último minuto, quando o marcador estava em 2-1 a nosso favor. Belo! Apesar de alguns de nós termos sido excomungados ali
mesmo por um dos elementos desta tresloucada equipa italiana. Claro que lhes devíamos ter dito para irem descarregar camionetas
de nevoeiro para a praia de Leça, mas como era provável que não compreendessem a mensagem acabámos por nos ficar pelo prazer
da realização de um sonho antigo: fazer aquele típico gesto italiano de estender e juntar os dedos levantados de uma mão e
dizer da forma mais revoltada possível:“ma quê?!”
DJAVA
NOVI SAD
A equipa vencedora e claramente
a mais forte do torneio. Estamos a falar de um conjunto que foi vice campeão nacional da Sérvia e Montenegro há apenas 4 anos
e que conta com 4 “internacionais” nas suas fileiras. Felizmente,
tivemos a sorte de defrontar esta grande equipa, na fase de grupos, podendo atestar pessoalmente do toque de bola dos seus
jogadores, os movimentos colectivos bem treinados, enfim a sua enorme qualidade. E até podemos dizer que lhes levantamos alguns
problemas no início da partida, dado que nos organizamos bem e chegamos a estar empatados 1-1, tendo mesmo duas ou três chances
para chegar ao 2-1. Mas depois ficou claro que era impossível lutar contra tanto poder e a diferença no marcador foi crescendo.
Ficou a consolação de termos sido das poucas equipas que na primeira fase os obrigou a aplicarem-se e o prazer de ver o Greg
marcar um golão a estes sérvios intratáveis. Apesar de tudo, a equipa sérvia teve algumas dificuldade no segundo dia, principalmente
contra as muito fechadas equipas italianas, que com o seu cattenacio travaram um pouco o virtuosismo dos ex-jugoslavos. Curiosamente,
a final, contra a excelente mas muito mais ofensiva equipa austríaca Murexin All Stars (que no eliminou) seria bem fácil (um
rotundo 6-0). Finalmente, referência para o melhor jogador da equipa, o nº 10, que terá sido ainda o melhor marcador e jogador
do torneio.
EQUIPA
MARAVILHA
A nossa, claro está. Em luta
contra formações federadas, cheias de condições logísticas e outras, fizemos um torneio fantástico, atingindo a 2ª eliminatória
da fase final e os 12 primeiros lugares. Nem nós esperávamos tanto. Para isso foi fundamental o nosso bom plantel, muito coeso,
unido, capaz de lutar contra o cansaço (OK, admitimos que a praia, o mar, e umas cervejinhas também ajudaram muito). Aqui fica uma apreciação minimal em forma de “alcunha” para cada um dos
elementos do plantel.
Nuno Cardoso - o herói
Francisco - o útilitário
Victor - o criativo
João Nuno – o capitão
Zé Manel – o intratável
Manel – o lutador
Tó Zé - o pêndulo
Greg. – o desequilibrador
Nuno Póvoa – o gazua
FRANCISCO
Um dos convidados especiais
do PORTUS para esta deslocação. Deu o litro pela equipa, participando em todos os jogos e fazendo um belo golo de cabeça.
Ganhou a alcunha de “Pato Atómico” dada a velocidade com que entrava nas águas do Adriático e ao facto de aí permanecer
por longo tempo, sendo difícil convencê-lo a sair. Tornou-se ainda célebre a sacada de cueiros que transportava (mas que se
revelou extremamente útil...), bem como a sua habilidade de manter acordado o condutor de serviço, com o recorde absoluto
de 2 567 349 palavras debitadas por hora. Só não perguntem a ninguém qual o tema. Já estávamos a dormir...
GIRO D’ITÁLIA
Segundo as contas do nosso eficiente e valente
condutor oficial, Tó Zé (só foi pena ter sido humilhado por aquele ciclista a descer as apertadas curvas do Monte Conero a
80 km a hora!), fizemos cerca de 1000 quilómetros por terras de Itália, na carrinha Fiat Ducato 9 lugares que alugamos no
Aeroporto de Roma. O veículo portou-se à altura para o que contribuiu as mãozinhas do Tó e as indicações dos co-pilotos Manel
e Francisco – se fôssemos por eles ainda estávamos em Roma a esta hora...
O segundo anel dentro da carrinha era constituído
por Victor, Greg e Zé Manel, sendo o terceiro o “anel dos Nunos”, João, Cardoso e Póvoa. Ainda assim foram bastantes
horas dentro da carrinha – algumas delas no trânsito caótico de Roma – até porque atravessamos a Itália do Mediterrâneo
ao Adriático, desfrutando das belas paisagens dos montes Apeninos, com as suas aldeias encavalitadas nas encostas, parecendo
sempre à beira de desabar no precipício, e da fantástica "Meseta Ibérica", autêntico mito desta digressão... Apesar da longa
viagem o tempo passou-se bem, entre duas piadas, o hino do PORTUS87 ou uma canção do Toto Cotunho (lembram-se?) e uma pequena
siesta (para quem podia...e o Francisco deixava.) Escusado será dizer que o nosso Zé Manel foi o principal animador de serviço,
arrasando a concorrência (coitado do Victor...) com as suas tiradas inspiradas – aquela do Papa a oferecer play stations foi de génio!
HERÓIS
DO MAR
Além do PORTUS outras duas
equipas portuguesas marcaram presença neste torneio, o FC Foz, do Porto, e o 803 FC de Matosinhos. E fizeram-no de forma meritória
terminando em 5º e 6º lugar respectivamente, o que assegurou uma óptima representação lusa na prova.
Um dos grandes momentos dessa
representação aconteceu numa eliminatória do 803, quando toda a equipa do PORTUS
fez uma forte claque, nomeadamente no desempate por penalties, que terminou favorável aos portugueses, com toda a gente a
gritar “Olé Portugal olé”: nós na bancada e eles no recinto, agradecendo o apoio dispensado. Foi bonito e emocionante.
INTENSIDADE
Uma das palavras de ordem
desta deslocação / aventura do PORTUS87. Muitos jogos (8 no espaço de 30
horas), muitas horas de viagem ( cerca de 14 de automóvel e quase 6 de avião ), muita praia e turismo, animação permanente
e pouco sono (à volta de 3 horas por noite apenas). Havia que aproveitar cada minuto desta oportunidade única e foi o que
fizemos. Não admira portanto que em 4 dias tenhamos vivido experiências, emoções e jogos de futebol como se de uma semana
ou duas se tratasse. No final, e até antes disso, os corpos (e as faces) deixavam perceber o cansaço, mas as cabeças estavam
ainda cheias de força, energia e vontade de desfrutar tudo ao milímetro. Inclusive longas caminhadas em descidas e subidas
de montes e vales...Grande atitude!
JOGOS
E GOLOS
Fizemos 8 jogos (seis no Sábado
e dois no Domingo) de 30 minutos cada um, sem intervalos. Aspecto que nos agradou menos foi a existência de um limite de 5
faltas a partir das quais era marcado um livre sem barreira a 10 metros da baliza. Ora 5 faltas em 30 minutos é muito pouco,
o que leva a que muitos jogadores tirem partido da situação para “cavar” faltas. E muitos árbitros iam na conversa,
com critérios pouco razoáveis.
De entre todos os nossos jogos,
a opinião geral é de que a melhor partida que realizamos foi contra o Audax Montecosaro (4-1), numa altura em que após duas
derrotas iniciais era fundamental a vitória. A equipa uniu-se, concentrou-se e fez um grande jogo. No total, obtivemos 4 vitórias
e outras tantas derrotas – se pensarmos que todos estes jogos foram disputados contra equipas federadas, quase sempre
com mais de dez elementos disponíveis, o balanço só pode ser excelente.
Marcamos 19 golos em 8 jogos,
numa média um pouco superior a 2 golos por jogo, com duas boas vitórias por 4-1 (incluindo sobre uma das equipas organizadoras,
o Audax Montecosaro, e na primeira eliminatória da fase final, frente ao Real Trodika), e as duas restantes por 3-1 e 2-1.
De entre os 19 golos destaque para dois de grande remates em chapéu do mais fino recorte: um livre do Victor e principalmente
o belíssimo golo do Greg no jogo contra o campeão Djava Novi Sad, que encheu os sérvios de inveja! Foi simplesmente o melhor
golo que tivemos oportunidade de ver em todo o torneio. Ver registo e comentários aos jogos
LUCA
O nosso anfitrião do Bad&Breakfast
“Rosa Mística”, onde ficamos muito bem alojados – um verdadeiro centro de estágio, dada a sua calma e tranquilidade
envolventes, no meio do campo e dos montes. Luca é uma figura carismática e simpática que nos pôs muito às vontade, sempre
disponível para ajudar e muito voluntarioso- chegou ao ponto de nos preparar o pequeno-almoço para as 5 da manhã no dia do
regresso! E sempre bem disposto e afável. Um viajante do Mundo que encontrou o seu porto...em casa. E que bela casa, trabalhada
pelo Luca com toda a dedicação. Registe-se ainda uma fantástica aparição massiva: a dos pirilampos à noite. È caso para dizer
que não fomos aos gambuzinos, eles vieram ter connosco. Finalmente, para a posteridade aqui fica a distribuição dos quartos
nesta deslocação: 1) João, Francisco e Nuno Cardoso; 2) Zé, Tó e Manel; 3) Victor, Greg e Nuno Póvoa. Só não dizemos quem ficou nas camas de casal...
MORETTI,
Sr.
Não sabemos quem é o senhor,
mas deu nome à Super Bock lá do sítio que acabou por se transformar na cerveja oficial da digressão. Trata-se uma loirinha
de bom recorte, a pedir atenção especial, apesar da falta de agressividade de alguns elementos menos rotinados. Mas isso trabalha-se...
Se calhar faltou o Mister Orlando para os treinar... De notar ainda que num país em que a cerveja é habitualmente cara, foi-nos
possível beber esta Moretti a 2 euros a garrafa...de 66 cl. Nada mau! Ou seja, se o Orlando tivesse tido o prazer de conhecer
o Sr. Moretti a coisa era capaz de ter descarrilado...
NUNO
CARDOSO
Uma aposta perfeita para o
lugar de guarda-redes convidado nesta deslocação – esteve ao mais alto nível entre os postes, fazendo exibições magníficas,
salvando golos incontáveis na nossa baliza. E fê-lo revelando grande carácter e valentia, já que logo no primeiro jogo se
magoou num dedo da mão, lesão que teria “inutilizado” a maioria dos guarda-redes. Mas o Nuno fez das tripas coração (como bom tripeiro e portista que é, ainda por cima!) e arrancou para uma prova notável,
de tal forma que se tornou um dos heróis da garotada presente no recinto de Montecosaro - no final do dramático jogo com o
Avis foi rodeado por criançada em busca de autógrafos. Talvez a camisola nº 99 tenha ajudado, mas só lhe(s) fica bem...
ORLANDO
E HELDER
Como sempre acontece nestas
viagens, os principais ausentes foram várias vezes lembrados nos brindes cervejeiros. Dessa forma acabam também por marcar
presença nem que seja nos brindes e nas conversas, já que são incontáveis as histórias e memórias do “universo PORTUS87”
que incluem estes homens, com destaque claro para o nosso Mister Orlando. Por isso mesmo, o seu nome é constantemente lembrado
e evocado, nem que seja para imaginar o que ele faria em determinada situação se ali estivesse ou para contarmos animadamente
um qualquer episódio marcante de uma deslocação anterior. Grande Orlando, para a próxima contamos contigo! E claro, com o
Helder, e por que não dizer com o David ou o Rui Correia?!
Momento particularmente iemocionante
aconteceu no balneário após termos concretizado o apuramento para o segundo dia, com a toda a equipa a cantar ( ou melhor,
a gritar..) o hino do PORTUS87 pelo telefone, com o Mister do outro lado da linha a ouvir e a acompanhar. Grande Mister! Livra-te
faltar na próxima vez...
PICARETA
Como seria de esperar, desta
viagem ficaram alguns “cromos” memoráveis – mas nenhum se compara ao da visão fugaz mas impressiva do nosso
Picareta. Tudo aconteceu quando visitávamos o Monte Conero, e contra toda a lógica e bom senso mínimos, alguém decidiu que
devíamos entrar numa demanda louca e cansativa por um miradouro sobre o Adriático. O miradouro não aparecia e nós lá continuávamos
a descer a pé a encosta íngreme do monte, sabendo que além da descida haveria ainda uma penosa subida para as pernas cansadas
de 4 horas de futebol. Mas tudo isso seria compensado pela aparição (é mesmo o termo mais correcto) de uma figura de desenho
animado: um velhote, equipado à montanhês, subindo rapidamente o monte à força de “pazadas” violentas no solo,
como se estivesse a fazer uma espécie de cross country no empedrado do caminho íngreme. Perante o nosso espanto e riso apertou
a velocidade da marcha, com cara de poucos amigos e desapareceu na curva seguinte, impossibilitando o uso de aparelhos de
captação de imagem. O que também seria difícil dado o facto da maioria de nós quase estarmos no chão a rir...
“QUE ROUBO DE IGREJA”
Não é surpreendente que nestes
torneios (como noutros) exista algum caseirismo das equipas de arbitragem. Já sentimos este fenómeno em Espanha e voltamos
a senti-lo neste torneio em Itália. Mas mesmo assim não tivemos grandes razões de queixa. No entanto há quem as tenha e houve
alguns exageros, principalmente numa das meias finais, entre o Murexin All Stars (equipa austríaca que nos deixou pelo caminho)
e uma das equipas organizadoras, o Nuovo Morrovalle. O bom futebol dos austríacos deveria ter chegado para ganhar a partida
no tempo regulamentar mas os árbitros fizeram vista grossa a pelo menos dois penalties. Pelo que o jogo foi para o prolongamento
e depois para o desempate por pontapés da marca da grande penalidade. E aqui é que as coisas chegaram a um extremo de descaramento
dos árbitros: os italianos falharam a sua última penalidade dando a vitória aos Murexin, que se puseram a festejar efusivamente.
Já estavam nos festejos há uns bons dez segundos, com uma parte do público a celebrar também a vitória, quando os árbitros
decidiram que o guarda-redes austríaco saíra da linha de baliza antes do remate adversário. Foi a revolta quase total entre
os jogadores e o público (curiosamente a equipa da casa tinha pouco apoio popular, que ia quase todo para os austríacos, dado
que a maior parte do público presente apoiava equipas italianas das redondezas...) com alguns grupos a gritarem em coro “Tutto
Mafia!”. Felizmente o desempate acabou por ser favorável ao Murexin, com os seus jogadores a fazerem uma festa redobrada,
lançando-se contra as redes do campo como autênticos macacos, perante o êxtase de quase todo o público.
ROMA
Tão perto e tão longe. Para nós Roma foi uma
miragem nesta viagem. Bem queríamos visitar a “cidade maravilhosa”, mas ela não quis nada connosco. Ou melhor,
o seu infernal trânsito. Bem acordamos às cinco da manhã para cumprir as três horas de viagem entre Val di Chienti e Roma
e ter tempo para um visita rápida à capital italiana, mas as longas filas de carros que parecem envolvê-la não nos deram hipóteses
e quase nos prendiam numa situação dramática que passaria com certeza por perdermos o avião. Lá teríamos que arranjar um jogo
contra uns romanos...
SOFRIMENTO
Não, não vamos falar da fantástica
capacidade de sofrimento desta equipa do PORTUS87 – isso é óbvio: tantos jogos, muito calor, nível elevado das outras
equipas, etc. Mas curiosamente, a situação que implicou mais sofrimento em toda esta deslocação acabou por suceder à mesa
de um restaurante. Após a vitória na primeira eliminatória da fase final, já no Domingo, e depois de um excelente banho de
mar em Porto Recanati, estivemos mais de uma hora à espera para nos ser servido o almoço – e isto quando tínhamos pouquíssimo
tempo para comer dado que o jogo da segunda eliminatória estava marcado para dali a pouco. Já estávamos todos em pé para sair
do restaurante sem comer, quando finalmente chegou o “tacho” (neste caso uma gigantesca panela). E o espectáculo
que se seguiu deve ter sido inolvidável a avaliar pelas caras de espanto e admiração dos outros clientes do restaurante: nove
marmanjos a atirarem-se a um spaguetti com frutos do mar como se fosse a última coisa que fariam na vida, tal era a pressa
e a fome...E acrescente-se, porque é verdade, tal era a qualidade do prato. Pena que quase não desse para saborear. Resta
acrescentar que chegamos mesmo atrasados ao jogo, e que apesar de não servir de desculpa, esta situação recambolesca não ajudou
nada no jogo com o Murexin All Stars. Afinal de contas, ter camarões e mexilhões a lutar no nosso estômago e ao mesmo tempo
ainda correr atrás da bola debaixo do sol das três da tarde parece ser particularmente pouco recomendável segundo os especialistas
em fisiologia...
TOTTI
No avião de volta, vimos a
notícia do casamento do famoso jogador italiano em Roma. Com todo o fausto e exageros habituais. E não pude deixar de pensar
no mundo de diferenças que vão entre o futebol profissional hiper-mediatizado, industrializado e comercializado dos dias de
hoje e o nosso futebol do PORTUS87, puro prazer, convívio e divertimento. E no entanto, a prática básica é a mesma. Para nós,
como diz o nosso hino, o futebol “Faz com que sejas aquilo que és. Permite-te ser de novo criança”. É um espaço
e um momento únicos para esquecermos outras dimensões das nossas vidas, também para sermos livres, para sermos de novo meninos.
E ainda para mais em grupo, em conjunto, em partilha. Com boa disposição, humor e algumas tontices. Mas que nos fazem rir.
E rir faz bem à pele...
ÚNICO,
Momento
Alguém definiu assim esta
aventura italiana, no final da mesma: “Momento único” (Francisco). E é bem verdade: apesar de não ter sido a primeira
experiência deste género na vida do PORTUS e com certeza não ser a última, esta deslocação a Itália foi única, até porque
envolveu aspectos e acontecimentos muito especiais. Desde logo porque implicou a primeira viagem de avião enquanto equipa,
jogamos num país novo, a zona onde a prova se disputou é belíssima, e mais a mais a equipa portou-se extremamente bem em termos
desportivos. Claro que o facto de tudo ter corrido bem, não havendo a registar contrariedades importantes, com um ambiente
sempre fantástico, ajuda a esta sensação de êxito total. Para a posteridade aqui ficam outras caracterizações sucintas da
viagem:
- “Maravilha” (Tó Zé)
- “Excelente” (Nuno Cardoso)
- “Estonteante” (Víctor)
- “Felicidade pura” (Greg).
VELHOS,
QUEM NÓS?!
Nós nem gostamos nada de falar deste tema, porque
detestámos desculpas e pretextos quando algo corre mal. Mas claro que não dá para fingir que não existe: por exemplo neste
torneio éramos a equipa com a mais elevada média de idades (33 anos). E aguentámo-nos à bronca contra equipas de “putos”
– tanta gente da década de oitenta nas listas das equipas presentes! – sem nos deixarmos afectar pelo calor sentido
(aqueles joguinhos às três da tarde! Até estalava...), nem tão pouco pelas longas filas de suplentes que algumas equipas acumulavam
nos bancos (às vezes nem cabiam lá todos...). Sempre de igual para igual, lutando com as nossas armas, e ainda com tempo de
fazer turismo e beber uns copos. Qual “vintage que não tem idade” !
X
(A INCÓGNITA)
Aí está a incógnita desta
equação que foi o jogo da nossa eliminação do torneio, frente aos austríacos do Murexin All Stars. Não se nega que se trata
de uma bela equipa de futebol de 5, em princípio superior ao PORTUS. Mas ficará sempre a incógnita: como seria num jogo normal,
com as duas equipas frescas (e sem mexilhões ainda a mexer nos nossos estômagos...), num pavilhão com piso de madeira ou sintético
(e não numa alcatifa...) ? Embora as opiniões divirjam dentro do PORTUS87, a
maioria considera que dificilmente poderíamos vencer esta equipa. Mas nunca se sabe e pelo menos julgo que daríamos luta,
venderíamos cara uma eventual derrota, o que não aconteceu no jogo em Itália – apesar de uma pressão homem a homem em
todo o campo que efectuamos nos últimos 5 minutos, algo impressionante para quem tinha quase 4 horas de futebol em cima, às
15.30 da tarde de um dia quente. E só para lutar por um golo de honra!
ZONA
DO VALE DE CHIENTI
Grande cenário para férias
toda esta zona. A cidade mais conhecida na área é Macerata, sendo que Ancona está mesmo ali ao lado, na costa do Adriático.
Um dos grandes atractivos desta zona é o facto de estar localizada entre as montanhas e o mar, entre a calma e tranquilidade
e o bulício e animação. Uma excelente escolha para quem quiser viver estas duas realidades nas mesmas férias, podendo ficar
hospedado numa unidade de Turismo Rural, dividindo o seu tempo entre o campo e as pequenas aldeias locais (como Morrovalle
ou Montecosaro, onde jogamos) e as praias e respectivas águas quentes do Adriático (com destaque para Citanova Marche, Porto
Recanati, os penhascos brancos de Monte Conero e Numana e Sirolo). E claro como estamos em Itália, estes são locais bastante
bem frequentados, if you know what I mean... E come-se bem claro. O que se pode pedir mais? Talvez um torneiozito de futebol,
claro...